A MAIS FELIZ ESCRAVIDÃO

Permita-me senhor
ser sua escrava
para serví-lo em tudo
com ardor
  Quero tirar-lhe os sapatos,
afrouxar-lhe a camisa para
ventilar na  sua entreaberta
floresta de pêlos
  Servir-lhe-ei o vinho no puro
cristal, brilhante que estará
pela luz dos seus olhos
  Vinho e mel, na mistura
com os seus lábios
  Colocarei Chopin para os  seus ouvidos
  Quem sabe mais tarde
estaremos no bosque
para a serenata das cascatas
  Apertarei agora minhas louras tranças
e minha cintura em seda,
para deslizar suave da cozinha à sua mesa
com fartura e atenção
  Uvas, sherry, faisão
  Quero que seja o maior, o melhor e
o mais forte dos homens
  Deixá-lo-ei à meia luz
para a sesta, e o repouso
dos meus desejos...